Nós,
mulheres, lutamos tanto para sermos iguais aos homens dentro dessa sociedade
machista, que às vezes esquecemos o quanto somos diferentes. Não acho que essa
luta tenha que parar, há muitos avanços a serem conquistados ainda, mas não
devemos nos focar apenas na igualdade, podemos valorizar as particularidades
também.
No Qigong percebo um reconhecimento das diferenças de
cada gênero buscando uma harmonização. As qualidades/dificuldades são
trabalhadas com todos os praticantes, visando o desenvolvimento destes
integralmente.
Enquanto o homem tem como características marcantes a
força e a agressividade, a mulher é mais flexível e suave. As mulheres têm
ossos mais fracos e se não forem fortalecidos, o risco de osteoporose é maior
que do homem. Já a falta de flexibilidade do homem leva a um enrijecimento da
coluna com o envelhecimento.
As mulheres tendem a viver mais que
os homens e a mestra Eva Wong explica essa diferença falando sobre a perda de
energia vital. Essa energia tem a força de gerar uma nova vida e os homens a
perdem quando ejaculam, já as mulheres apenas na menstruação.
Como nossa perda é mais regulada, próximo a menstruação
podemos praticar o cultivo de energia vital de maneira diferente e não
armazená-la no baixo tantien (abdômen). O risco de se coletar muita energia nesse período
é perder mais energia do que coletou, deixando a mulher mais vulnerável ainda.
Outra questão feminina é a menopausa, na qual a energia
vital foi gasta e o corpo entra em declínio. Para a alquimia interna, a mulher
deve reativar o seu ciclo menstrual através do desenvolvimento da força óssea.
A medula óssea que, depois de reativada, irá recuperar a energia vital e
regular o ciclo.
Também a nossa órbita microcósmica (canal de energia que divide o corpo em Yin e Yang) tem algumas
particularidades. Ela passa pelos seios, local que temos muita sensibilidade,
até mesmo devido a essa voltinha no meio do caminho. E o giro começa pelas
costas ao contrário do masculino, que começa pela frente do corpo, lado yin.
Nossa
órbita sobe pelo lado yang (costas) e desce pelo lado yin (frente do corpo). Podemos
girar a órbita pelo lado masculino também, mas ela é mais fraca e logo que
relaxamos ela volta a girar pelo lado feminino. A órbita dos homossexuais tende a girar
ao contrário do gênero que pertencem em determinadas situações, tornando-os mais receptivos a troca de
energia com alguém do mesmo sexo.
Muitas
vezes, as mulheres estão tão envolvidas na competição masculina que esquecem
que uma de suas principais forças é a colaboração entre elas mesmas. Essa
cooperação aliada à suavidade e ao jogo de cintura dão mais armas às mulheres
em busca da complementaridade da vida junto ao homem.
Fico
com um pensamento que li na porta do banheiro da faculdade de psicologia, mas
que não lembro o autor e como pintaram as portas, vou escrever como lembro: “Sou
contra a diferença quando esta me discrimina, mas sou contra a igualdade quando
esta me despersonaliza!”
Nós
somos únicas, conhecidas no tantra como deusas! Não devemos minimizar isso só
para parecermos com os homens!Visite nosso site: www.taoismobrasil.com
Escrito por Li Hua (Maitê Gomes) - Professora da tradição Jiulong Kunlun
Grata pela partilha :)
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