As grande maioria das yogas dos ancestrais começam pelo trabalho com o corpo e partem do princípio da liberação dos espaços internos, da respiração, liberação das articulações e fortalecimento do corpo, desenvolvendo o trabalho com posturas corporais estáticas.
Isso se deve ao fato de que toda postura abre e fechas determinadas circulações de energia no corpo, sejam estes produtivos ou não para o nosso conforto. Os sábios e alquimistas do passado utilizaram-se desse método para criar um sistema de tensão e relaxamento, a geometria sagrada corporal.
Existem apenas duas posturas de geometria sagrada perfeita, ou seja, em que todos os canais de energia estão no lugar ideal: sentado - a postura de Lótus completa (chamada pelos indianos e tibetanos de padmasana/pemasana e para os taoistas de Shuang Pan) e de pé a postura do abraço da árvore, (diferente da postura dos indianos, que para os chineses se chama postura da garça num pé só ou galo dourado). A postura do abraço da árvore é a versão em pé da postura de lótus e, de fato, a única forma dessas posturas ficarem confortáveis é só com os canais mais alinhados, aos iniciantes elas trazem bastante desconforto ...
Na foto podemos ver uma pintura das cavernas onde um ser humano pratica a postura da árvore.
Algumas tradições só começam a ensinar quando os alunos conseguem permanecer horas nessas posturas de geometria sagrada perfeita. Um exemplo disso, é a iniciação Kunlun de Fusão dos Cinco elementos, que precisa de quatro horas de permanência em uma dessas duas posturas. Não é tão difícil quando se é bem orientado.
O que significa uma postura de geometria sagrada perfeita? Isso quer dizer que ela ajuda a regularizar e alinhar os canais internos de energia, e, quando todos os canais de energia estão alinhados a mente se abre. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o corpo não é uma caixa onde a mente está presa, o corpo é uma parte da mente, criada para dar formas ao grande espírito, a luz primordial, isto fica bem claro quando começamos a refinar a nossa percepção das coisas.
Sutilizar a energia no corpo não significa abandonar a realidade mas sim despertar para a existência do mundo espiritual, assim se tem a percepção das 7 realidades de po wa (realidade concreta, dos sonhos, do passado/presente/futuro, imaginação, realidade emocional, realidade intermediaria ou mundo dos espíritos e vazio primordial), e leva um bom tempo para aprendermos a lidar com as realidades.
Muitas vezes, ficamos presos em uma dessas realidades e boa parte da nossa energia, da nossa atenção, se prende nisso. Por exemplo: o passado/futuro, uma das realidades de Po Wa, chamada de realidade projetiva (a força do vento), onde se pode ter grande quantidade de energia presa, sofrendo por coisas que já passaram ou ainda virão. É preciso que saibamos entrar e sair da realidade do passado/futuro para que possamos saber se uma ação é produtiva ou não, ou como resolver problemas.
A liberação da energia das realidades da mente deve começar pela parte mais palpável no ser, a parte mais densa da nossa mente que é o nosso corpo. Muitas pessoas têm algum ou vários sentidos bloqueados nessa realidade, é possível reavivá-los ou ativá-los através desse conhecimento.
O corpo humano possui três grandes campos de elixir, formados pelos chamados Yao (Chákras pelos indianos), que são rodas de energis onde 8 grandes canais que circulam se cruzam. Tudo isso se conecta a canais menores, chamados meridianos, que desaguam nos órgãos internos. Os meridianos passam pelos músculos, tendões, óssos, e por Yao menores, articulações e juntas.
Deste modo, a nutrição do corpo continua no sangue e pelos menores canais do corpo, os caminhos luminosos onde corre eletricidade e magnetismo, que por sua vez são governados pelo coração, pelos rins e pelo cérebro, tendo interconexão com a coluna, que se liga aos Yao, conectando os três campos de elixir (Dan Tien).
A primeira fase de todas as yogas corporais inclui o desbloqueio das juntas e articulações, para isso há um grande estresse dessas estruturas e um relaxamento posterior, possibilitando assim que elas sejam flexibilizadas e que a energia bloqueada nelas possa circular livremente. Isso aumenta circulação de energia pelos meridianos e a regular os Yao. As contagens com os números sagrados, que é secreto em quase todas as tradições e normalmente só passada para os iniciados (de 1 a 9 e seus múltiplos que tem muitas funções em cada exercício) auxiliam na fluição de energia por todo o corpo, e especialmente, na inserção de qualidades de energias diferentes em diferentes partes do corpo. O nosso corpo é como o planeta Terra, precisa diversos aspectos para poder se harmonizar.
No entanto todo esse processo não sutiliza muito a energia no corpo. Se fosse assim, os acrobatas, os contorcionistas, os artistas marciais, e mesmo a grande parte dos praticantes de yoga seriam todos iluminados, tendo alcançado um grande nível espiritual só pela flexibilidade e força do corpo.
Para se atingir os níveis elevados é importante atrair a energia divina, e para isso, é preciso algo chamado de realização.
Quando pegamos o fogo que é gerado das práticas físicas, a partir da nossa energia sexual e também da força que absorvemos da Terra, do Sol, da Lua, e das estrelas, e refinamos dentro do nosso corpo, através dos métodos de alquimia interna, então, conseguimos gerar dentro de nós essa força divina, e através dessa força, conseguimos atrair e nos conectar com forças divinas cada vez mais sutis.
Não pense que ficar lá sentado sem pensar em nada por anos vai te levar ao máximo potencial do seu espírito, ou que ficar circulando energia no seu corpo é o suficiente, isso é insano, é uma parte muito pequena do refinamento interior, pior ainda, são os devotos que ficam mendigando energia espiritual para as entidades e os seres realizados sem permitir mudanças em sua vida. Isso não pode expressar o nosso máximo potencial divino, não nascemos para ficar parados esperando que algo aconteça de divino e mude a nossa vida pra sempre.
A força divina já está expressa e manifesta desde os primórdios da criação. Se não a buscarmos, não abrirmos o nosso coração e não a atrairmos até as nossas vidas, ela não consegue entrar, ela é sutil de mais para obrigar a matéria densa a se sutilizar rapidamente, mesmo sendo ela quem criou a força densa. De fato, a matéria densa é composta por travamentos da matéria sutil, e ainda bem, pois sem isso nada nesse mundo existiria.
Ao estudarmos as geometrias sagradas presentes nas posturas das yogas (Dao Yin ou Tao Yin para os chineses), podemos compreender melhor os alinhamentos da natureza e de todo o universo, mas sem falsas ilusões, isso não é o fim de um processo, é o início, e se parar por aí, haverá um desenvolvimento espiritual, mas será muito pequeno diante das nossas capacidades.
Acontece também muitas vezes ao resgatarmos ou vivenciarmos uma emoção/energia muito venenosa, o nosso corpo trava pela circulação e purificação dessa força, então temos que voltar a fazer as posturas para abrir a respiração, os espaços e as juntas.
Na tradição Kunlun, faz-se o retiro de Dao Yin para os iniciantes sempre em janeiro.
Acesse nosso site: www.taoismobrasil.com
Abração.
Tai Yin - Carlos G.
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Isso se deve ao fato de que toda postura abre e fechas determinadas circulações de energia no corpo, sejam estes produtivos ou não para o nosso conforto. Os sábios e alquimistas do passado utilizaram-se desse método para criar um sistema de tensão e relaxamento, a geometria sagrada corporal.
Existem apenas duas posturas de geometria sagrada perfeita, ou seja, em que todos os canais de energia estão no lugar ideal: sentado - a postura de Lótus completa (chamada pelos indianos e tibetanos de padmasana/pemasana e para os taoistas de Shuang Pan) e de pé a postura do abraço da árvore, (diferente da postura dos indianos, que para os chineses se chama postura da garça num pé só ou galo dourado). A postura do abraço da árvore é a versão em pé da postura de lótus e, de fato, a única forma dessas posturas ficarem confortáveis é só com os canais mais alinhados, aos iniciantes elas trazem bastante desconforto ...
Na foto podemos ver uma pintura das cavernas onde um ser humano pratica a postura da árvore.
Algumas tradições só começam a ensinar quando os alunos conseguem permanecer horas nessas posturas de geometria sagrada perfeita. Um exemplo disso, é a iniciação Kunlun de Fusão dos Cinco elementos, que precisa de quatro horas de permanência em uma dessas duas posturas. Não é tão difícil quando se é bem orientado.
O que significa uma postura de geometria sagrada perfeita? Isso quer dizer que ela ajuda a regularizar e alinhar os canais internos de energia, e, quando todos os canais de energia estão alinhados a mente se abre. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o corpo não é uma caixa onde a mente está presa, o corpo é uma parte da mente, criada para dar formas ao grande espírito, a luz primordial, isto fica bem claro quando começamos a refinar a nossa percepção das coisas.
Sutilizar a energia no corpo não significa abandonar a realidade mas sim despertar para a existência do mundo espiritual, assim se tem a percepção das 7 realidades de po wa (realidade concreta, dos sonhos, do passado/presente/futuro, imaginação, realidade emocional, realidade intermediaria ou mundo dos espíritos e vazio primordial), e leva um bom tempo para aprendermos a lidar com as realidades.
Muitas vezes, ficamos presos em uma dessas realidades e boa parte da nossa energia, da nossa atenção, se prende nisso. Por exemplo: o passado/futuro, uma das realidades de Po Wa, chamada de realidade projetiva (a força do vento), onde se pode ter grande quantidade de energia presa, sofrendo por coisas que já passaram ou ainda virão. É preciso que saibamos entrar e sair da realidade do passado/futuro para que possamos saber se uma ação é produtiva ou não, ou como resolver problemas.
A liberação da energia das realidades da mente deve começar pela parte mais palpável no ser, a parte mais densa da nossa mente que é o nosso corpo. Muitas pessoas têm algum ou vários sentidos bloqueados nessa realidade, é possível reavivá-los ou ativá-los através desse conhecimento.
O corpo humano possui três grandes campos de elixir, formados pelos chamados Yao (Chákras pelos indianos), que são rodas de energis onde 8 grandes canais que circulam se cruzam. Tudo isso se conecta a canais menores, chamados meridianos, que desaguam nos órgãos internos. Os meridianos passam pelos músculos, tendões, óssos, e por Yao menores, articulações e juntas.
Deste modo, a nutrição do corpo continua no sangue e pelos menores canais do corpo, os caminhos luminosos onde corre eletricidade e magnetismo, que por sua vez são governados pelo coração, pelos rins e pelo cérebro, tendo interconexão com a coluna, que se liga aos Yao, conectando os três campos de elixir (Dan Tien).
A primeira fase de todas as yogas corporais inclui o desbloqueio das juntas e articulações, para isso há um grande estresse dessas estruturas e um relaxamento posterior, possibilitando assim que elas sejam flexibilizadas e que a energia bloqueada nelas possa circular livremente. Isso aumenta circulação de energia pelos meridianos e a regular os Yao. As contagens com os números sagrados, que é secreto em quase todas as tradições e normalmente só passada para os iniciados (de 1 a 9 e seus múltiplos que tem muitas funções em cada exercício) auxiliam na fluição de energia por todo o corpo, e especialmente, na inserção de qualidades de energias diferentes em diferentes partes do corpo. O nosso corpo é como o planeta Terra, precisa diversos aspectos para poder se harmonizar.
No entanto todo esse processo não sutiliza muito a energia no corpo. Se fosse assim, os acrobatas, os contorcionistas, os artistas marciais, e mesmo a grande parte dos praticantes de yoga seriam todos iluminados, tendo alcançado um grande nível espiritual só pela flexibilidade e força do corpo.
Para se atingir os níveis elevados é importante atrair a energia divina, e para isso, é preciso algo chamado de realização.
Quando pegamos o fogo que é gerado das práticas físicas, a partir da nossa energia sexual e também da força que absorvemos da Terra, do Sol, da Lua, e das estrelas, e refinamos dentro do nosso corpo, através dos métodos de alquimia interna, então, conseguimos gerar dentro de nós essa força divina, e através dessa força, conseguimos atrair e nos conectar com forças divinas cada vez mais sutis.
Não pense que ficar lá sentado sem pensar em nada por anos vai te levar ao máximo potencial do seu espírito, ou que ficar circulando energia no seu corpo é o suficiente, isso é insano, é uma parte muito pequena do refinamento interior, pior ainda, são os devotos que ficam mendigando energia espiritual para as entidades e os seres realizados sem permitir mudanças em sua vida. Isso não pode expressar o nosso máximo potencial divino, não nascemos para ficar parados esperando que algo aconteça de divino e mude a nossa vida pra sempre.
A força divina já está expressa e manifesta desde os primórdios da criação. Se não a buscarmos, não abrirmos o nosso coração e não a atrairmos até as nossas vidas, ela não consegue entrar, ela é sutil de mais para obrigar a matéria densa a se sutilizar rapidamente, mesmo sendo ela quem criou a força densa. De fato, a matéria densa é composta por travamentos da matéria sutil, e ainda bem, pois sem isso nada nesse mundo existiria.
Ao estudarmos as geometrias sagradas presentes nas posturas das yogas (Dao Yin ou Tao Yin para os chineses), podemos compreender melhor os alinhamentos da natureza e de todo o universo, mas sem falsas ilusões, isso não é o fim de um processo, é o início, e se parar por aí, haverá um desenvolvimento espiritual, mas será muito pequeno diante das nossas capacidades.
Acontece também muitas vezes ao resgatarmos ou vivenciarmos uma emoção/energia muito venenosa, o nosso corpo trava pela circulação e purificação dessa força, então temos que voltar a fazer as posturas para abrir a respiração, os espaços e as juntas.
Na tradição Kunlun, faz-se o retiro de Dao Yin para os iniciantes sempre em janeiro.
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Abração.