sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Algumas diferenças entre mulheres e homens no Qigong


   Nós, mulheres, lutamos tanto para sermos iguais aos homens dentro dessa sociedade machista, que às vezes esquecemos o quanto somos diferentes. Não acho que essa luta tenha que parar, há muitos avanços a serem conquistados ainda, mas não devemos nos focar apenas na igualdade, podemos valorizar as particularidades também.

           No Qigong percebo um reconhecimento das diferenças de cada gênero buscando uma harmonização. As qualidades/dificuldades são trabalhadas com todos os praticantes, visando o desenvolvimento destes integralmente.
           Enquanto o homem tem como características marcantes a força e a agressividade, a mulher é mais flexível e suave. As mulheres têm ossos mais fracos e se não forem fortalecidos, o risco de osteoporose é maior que do homem. Já a falta de flexibilidade do homem leva a um enrijecimento da coluna com o envelhecimento.
           As mulheres tendem a viver mais que os homens e a mestra Eva Wong explica essa diferença falando sobre a perda de energia vital. Essa energia tem a força de gerar uma nova vida e os homens a perdem quando ejaculam, já as mulheres apenas na menstruação.

            Como nossa perda é mais regulada, próximo a menstruação podemos praticar o cultivo de energia vital de maneira diferente e não armazená-la no baixo tantien (abdômen). O risco de se coletar muita energia nesse período é perder mais energia do que coletou, deixando a mulher mais vulnerável ainda.


            Outra questão feminina é a menopausa, na qual a energia vital foi gasta e o corpo entra em declínio. Para a alquimia interna, a mulher deve reativar o seu ciclo menstrual através do desenvolvimento da força óssea. A medula óssea que, depois de reativada, irá recuperar a energia vital e regular o ciclo.
            Também a nossa órbita microcósmica (canal de energia que divide o corpo em Yin e Yang) tem algumas particularidades. Ela passa pelos seios, local que temos muita sensibilidade, até mesmo devido a essa voltinha no meio do caminho. E o giro começa pelas costas ao contrário do masculino, que começa pela frente do corpo, lado yin.
Nossa órbita sobe pelo lado yang (costas) e desce pelo lado yin (frente do corpo). Podemos girar a órbita pelo lado masculino também, mas ela é mais fraca e logo que relaxamos ela volta a girar pelo lado feminino. A órbita dos homossexuais tende a girar ao contrário do gênero que pertencem em determinadas situações, tornando-os mais receptivos a troca de energia com alguém do mesmo sexo.
Muitas vezes, as mulheres estão tão envolvidas na competição masculina que esquecem que uma de suas principais forças é a colaboração entre elas mesmas. Essa cooperação aliada à suavidade e ao jogo de cintura dão mais armas às mulheres em busca da complementaridade da vida junto ao homem.
Fico com um pensamento que li na porta do banheiro da faculdade de psicologia, mas que não lembro o autor e como pintaram as portas, vou escrever como lembro: “Sou contra a diferença quando esta me discrimina, mas sou contra a igualdade quando esta me despersonaliza!”
            Nós somos únicas, conhecidas no tantra como deusas! Não devemos minimizar isso só para parecermos com os homens!

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Escrito por Li Hua (Maitê Gomes) - Professora da tradição Jiulong Kunlun

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